- A poderosa droga crystal meth e o comportamento de risco que provoca nos seus usuários poderão estar detrás do recente aumento da seroprevalência na província do Cabo ocidental, na África do Sul.
Num estudo de seroprevalência de HIV, em 2002, nas nove províncias do país, o Cabo ocidental registou 12 por cento, e as outras províncias entre 16 e 36.5 por cento
No entanto, a seroprevalência no Cabo ocidental subiu para 15 por cento nos últimos dois anos. Alguns peritos ligam este aumento a popularidade da crystal meth, também conhecida como tik, droga relativamente nova, altamente viciante e de fácil acesso.
Andreas Pluddemann, investigador sénior de abuso de álcool e droga no Concelho de Pesquisa Médica, recorda que questões esporádicas sobre tik começaram a chegar aos escritórios do Concelho Nacional Sul-Africano de Abuso de Álcool e Droga (SANCA), e ao Centro de Aconselhamento de Droga na Cidade do Cabo (CTDCC), há três anos.
“Descobriu-se que era o cloridrato de metanfetamina, também conhecido por tik, speed, ice, crystal meth, crystal, ou ‘meta’. É a forma cristalizada de metanfetamina, um estimulante frequentemente usado como droga de festa,” disse ao PlusNews.
Os usuários podem fumar, cheirar, ou injectar a droga. Alguns dos efeitos da metanfetamina são a euforia, o aumento de energia, a insónia, a agitação, a irritabilidade e, uma vez que elimina as inibições, eleva a confiança e a intensidade para o sexo.
Crystal meth em São Francisco
Steven Shoptaw, psicólogo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos da América, estudou os efeitos da droga entre os homossexuais, em São Francisco e em Los Angeles, primeiro sitio onde o crystal meth se tornou popular, nos anos 90.
Descobriu que entre os usuários ocasionais, a taxa de seroprevalência era de 25 por cento; entre os dependentes crónicos subia para 40 por cento; entre os dependentes externos, 60 por cento eram HIV+; e entre os que estavam em cuidados domiciliários quase 90% eram HIV+.
Embora um estudo entre gays americanos não tenha necessariamente muito a ver com a situação na África do Sul, o MRC aconselhou, recentemente, aos centros de tratamento de abuso de droga na Cidade do Cabo para fazerem testes de HIV aos usuários de crystal meth.
Cidade do Cabo, capital do tik
O CTDCC revelou que, em 2002, menos de um por cento dos seus clientes mencionaram a crystal meth como droga de primeira escolha. Em 2003, cinco por cento. Em meados de 2004, um terço. E agora, a crystal meth ultrapassou a popularidade da heroína.
O director Grant Jardine disse que nunca tinha testemunhado uma aderência tão rápida a uma droga, nem à heroína.
Mais de 50 por cento dos clientes do CTDCC agora usam tik como a sua droga principal, enquanto 25 por cento citaram a heroína.
A rápida penetração da droga atribui-se ao facto de ser barata, cerca de quatro dólares americanos por grama, e efeito que dura até três dias.
Segundo Jardine, quando os dependentes, homens e mulheres, não têm dinheiro para uma dose, o furto e o sexo comercial, são a opção.
Crianças dependentes
O mais alarmante é que a crystal meth atrai crianças em idade escolar, algumas com 10 anos.
Jody Smith, 14 anos, apresentável e eloquente, está na nona classe, e ‘adora’ matemática. Ela é a imagem duma menina que todos os pais sonham ter, mas é viciada de crystal meth há quase 10 meses.
“Apenas aconteceu, eu não planeei usar tik”, disse. “Eu e alguns colegas, um dia, ‘gazetamos’ as aulas e estávamos aborrecidas, juntamos o nosso dinheiro e decidimos comprar tik. Tínhamos ouvido falar dele com os miúdos da escola e só queríamos experimentar”.
Adroga é geralmente vendida em palhinhas para refrescos com as pontas seladas. O grupo de Smith comprou duas. Um mês depois, a sua prima sugeriu que tentassem de novo.
“Tomámos a droga outra vez, pouco tempo depois passou para duas e depois para três e quatro palhinhas, mas a sensação era boa, porque me dava muita energia", contou.
Se uma prima não tivesse contado aos avós, Smith admite que ainda estaria a consumir a droga. Ela mora com a avó, porque a mãe trabalha longe da casa, e só conheceu o pai, em Maio, após os avós terem falado do seu problema.
“De certa forma, agradeço que tenham descoberto. Tenho vindo aqui ao aconselhamento no SANCA desde Maio e já nem preciso mais de vir com o meu pai”, contou.
Fácil de produzir
Segundo dados do Concelho de Pesquisa Médica, na primeira metade de 2005 a idade média dos pacientes que apontaram o tik como sua principal droga era de 21 anos; 76 por cento são homens; 92 por cento são mestiços; sete por cento são brancos; 0.5 por cento indianos ou asiáticos, e 0.5 por cento são negros.
Quase 50 por cento dos pacientes são menores de 20 anos, mas as idades rondavam dos 12 a 53 anos.
Cherith Langenhoven, psicóloga de Smith, no SANCA, disse que embora a dependência seja forte entre os mestiços (grupo caracterizado por forte desemprego, crime e conflitos entre quadrilhas) suspeitava que tal pouco tinha a ver com a subida rápida de crystal meth.
“Qualquer um com um pouco de conhecimento de química pode produzir a substância, porque a receita é acessível na internet e os ingredientes podem se encontrar na sua própria cozinha”, disse.
Langenhoven está preocupada com o maior risco durante a actividade sexual, incluindo o sexo oral.
“É justo assumir que o sangramento das gengivas e o deteriorar dos dentes pelo uso prolongado de tik aumentarão dramaticamente as possibilidades de infecção do consumidor”, disse.
Os pais, professores e encarregados de educação foram advertidos pelo SANCA e outras organizações para estarem alertas aos sinais do uso de metanfetamina.
“Se não for controlada cedo, a situação da meth poderá ajudar a propagar a pandemia do HIV/Sida já preocupante no país”, disse Langenhoven.
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