- As autoridades policiais em Mocímboa da Praia (MP) lançaram uma ampla operação de caça ao homem, para localizar Armindo Milaco, visto como cérebro de toda a operação que degenerou em banho de sangue, naquela pacata vila de pouco mais de 15 mil habitantes.
Milaco, deputado da Assembleia da República, é igualmente o actual delegado político provincial daquele partido da oposição, em Cabo Delgado, o chamado “berço” da Frelimo, partido no poder.
Pouco menos de 48 horas, após os sangrentos acontecimentos de MP, o rescaldo é aterrador. Até 14.00 horas de terça-feira, haviam 12 mortos , 52 feridos e duas dezenas de casas destruídas, segundo dados contabilizados pelo nosso repórter no local.
O edil local, Amadeu Pedro Francisco, continuava até quarta-feira refugiado na casa do administrador local, após a sua residência ter sido saqueada e seguidamente destruída na confrontação que se seguiu, envolvendo membros e simpatizantes da Renamo e forças policiais e populares ligados ao poder.
E, na quarta-feira prosseguiam as buscas casa-a-casa na tentativa de encontrar Milaco. “Existem ordens para capturar vivo ou morto Milaco”, conta o nosso repórter no local. As informações de que Milaco teria fugido para a vizinha Tanzania foram prontamente desmentidas pelos seus colaboradores.
“Milaco está algures num refúgio em Mocímboa da Praia. Eu falei com Milaco no seu refúgio”, disse o repórter do mediaFAX, o primeiro órgão de informação independente a reportar a grave situação em MP, região fundamentalmente habitada pela população de origem islâmica.
A base económica daquela população está na pesca. A região é predominantemente rica em pescado e camarão de alta qualidade.
Na vila, apesar de calmo, o ambiente continua extremamente pesado, com a polícia anti-motim a patrulhar as principais artérias e arredores da vila. Registaramse reforços vindos de Maputo e do distrito histórico de Macomia, segundo disse um informador oficial ao mediaFAX.
“Nos últimos dias registou-se um incremento do efectivo policial” . Aos efectivos de Maputo juntaram-se os vindos da capital provincial de Cabo-Delgado, Pemba, e regiões vizinhas de Montepuez e Macomia.
Pelo menos mais de meia centena de agentes da polícia de choque estão posicionados em Mocímboa da Praia, alegadamente envolvidos na operação para restaurar a lei e ordem públicas.
O ministro moçambicano do Interior, José Pacheco, desembarcou na tarde de quarta-feira para a uma visita relâmpago à Mocímboa da Praia à frente de uma delegação que incluía o ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido e o Comandante da Forças de Intervenção Rápida, (FIR), José Weng.
A delegação foi avaliar a situação no terreno. Antes de deixar Mocímboa da Praia, Pacheco disse que o comandante local, identificado por Buanassuro Verdade seria responsabilizado pelo sucedido e das razões do falhanço do plano de segurança que resultou e mortes.
Entre os mortos reportados, maioritariamente são simpatizantes ou membros da Renamo.
Mas há igualmente um agente da polícia morto no confronto com membros e simpatizantes da Renamo. O agente identificado por Remigio Herculano, 1º Cabo da Polícia, foi gravemente espancado pela população ruidosa, vindo a sucumbir na terça-feira no hospital local.
O funeral do agente perecido teve lugar quarta-feira, no distrito vizinho de Macomia.
Dada a gravidade do quadro clínico dos feridos, existem receios que o número de mortos venha aumentar.
Mas, informações de última hora recebidas na noite de quarta-feira, indicam que dos 52 feridos, apenas 12 ficaram internados, enquanto os restantes já receberam alta. Entre os feridos está o 1º secretário do partido local, Momad Sumail. “A tensão política continua alta. E o receio de reeditar Montepuez está presente”, contou um munícipe ao nosso repórter.
Pelo menos 400 pessoas estão em estado de deslocadas, decorrente dos sangrentos confrontos de terça-feira em Mocímboa da Praia, disse uma fonte da administração local. “O número de registo é ainda provisório, havendo ainda muitas outras pessoas não contabilizadas que estão em fuga”, acrescentou.
As informações em poder do mediaFAX no local, esclarecem que a confrontação armada foi iniciada pelas forças locais, após, o agente perecido ter perdido a arma a favor dos manifestantes da Renamo que ruidosamente festejavam a inauguração do seu escritório. (ver media FAX n.º 3361 e 3362 de 5 e 6/09/05).
Acrescenta a fonte do mediaFAX que posteriormente seguiu-se a ordem “para matar” dada pelo comandante da polícia local, Buanassuro Verdade, o que degenerou em banho de sangue. Não ...brinca com democracia “Não se deve brincar com a democracia”, reagiu Máximo Dias, parlamentar da Renamo, sobre os sangrentos acontecimentos de Mocímboa da Praia.
“Brincar-se com a democracia pode dar lugar a situações muito aborrecidas e até indesejáveis”, acrescentou Dias, eminente advogado em Maputo.
Ele condenou os violentos acontecimentos em MP que resultaram em mortes, aconselhando os militantes da Frelimo e da Renamo, a buscar soluções que não sejam a via de mortes. Disse que em democracia existe sempre espaço para corrigir injustiças, via negocial ou outras atitudes que dignificam o injustiçado – “mas nunca recorrer a confrontos mortais”, implorou.
Aproveitou para lançar um veemente apelo às autoridades, no sentido de se buscar um órgão eleitoral (CNE) independente, livre de pessoas partidárias para que situações de género não se repitam.
O pomo de discórdia em Mocímboa da Praia reside no diferendo eleitoral de Maio, em que a Renamo acusa ter havido fraude. No escrutínio foi oficialmente declarado vencedor, o candidato da Frelimo, Amadeu Pedro Francisco com uma vitória estreitíssima de 52 por cento contra 47 pontos percentuais do seu principal opositor, o candidato da Renamo, Saíde Assane. “Moçambique tem gente capaz de guiar os processos eleitorais de forma livre e justa. Devemos procurar pessoas capazes de serem verdadeiros árbitros nas eleições”, apelou.
Os acontecimentos na Vila da Mocímboa da Praia não devem ser desprezados sob risco de reeditarmos “Montepuez”, onde uma sublevação provocou a morte de pelo menos 100 pessoas, concluiu Máximo Dias, cujo partido, Monamo, está coligado à Ranamo Um académico, Manuel Araujo, caracterizou a situação em Mocímboa da Praia de meio melindrosa, havendo população que sente que as eleições não tiveram um desfecho justo, como se pretende transmitir.
Apesar de reconhecer o comando legal, as eleições de Maio em Mocímboa da Praia que deram vitória ao candidato da Frelimo, não obedeceram o critério de justiça, acrescentou o jovem diplomata Manuel Araújo.
“A população defende que não houve justiça nas eleições de Maio último, daí que deve-se começar a desenhar uma solução pacífica”, finalizou.
Manuel Frank, eminente constitucionalista, quando questionado pelo mediaFAX preferiu não comentar sobre os acontecimentos de Mocímboa da Paria, vistas como as mais graves, pouco mais de uma década do Acordo Geral de Paz. “Não estou informado, estava ausente”, respondeu Frank.
Fernando Mazanga, assessor de comunicação e informação sintetiza que os acontecimentos em Mocímboa da Praia são reveladores das ilegalidades do escrutínio de Maio.
Frelimo acusa Renamo de desestabilizadora O partido Frelimo descreveu os incidentes em MP como revelador da postura obscurantista que rodeia a criação da Renamo disposta a desestabilizar continuamente o país.
“A Renamo está completamente fora da agenda de desenvolvimento deste país. A Renamo continua a instrumentalizar populações para provocarem estas situações”, disse o jovem ideólogo do partido Frelimo, Edson Macuàcua em entrevista ao mediaFAX.
Disse que “...as instituições competentes devem urgen-temente responsabilizar a Renamo por estas situações” “A Renamo deve a partir daqui ganhar experiência para que no futuro não instrumentalize as populações”, concluiu Macuàcua.
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