- O principal inimigo da RENAMO não é o partido no poder, a FRELIMO, mas as guerras intestinas na “perdiz” visando alcançar altas posições de chefia que resultam em remunerações financeiras. Este comentário foi feito por alguns membros influentes do partido mais importante da oposição moçambicana, que, desde a sua transformação em formação política, tem estado a enfrentar dificuldades em se constituir em alternativa à FRELIMO na governação do País.
Na óptica dos nossos entrevistados, que preferiram o anonimato, a 8a sessão do Conselho Nacional da RENAMO não produziu resultados que dele se esperava. “Em vez de analisar as razões dos descalabros eleitorais limitou-se a atribuir responsabilidades dos mesmos aos órgãos do partido, esquecendo-se que as bases se enfraqueceram porque Dhlakama perdeu contacto com elas”, comentam.
Contam as nossas fontes que há duas alas dentro da RENAMO que disputam o controlo do seu líder. A primeira é constituída pelos seus companheiros das matas, a segunda por pessoas que chegaram ao exmovimento rebelde após 1992, ou seja, depois da assinatura do AGP.
Da primeira ala quase poucos estão com eles, pois foram sendo afastados pouco a pouco por Dhlakama, sob influência das mentiras levadas a cabo por pessoas recém entradas na RENAMO, com o desiderato de obter dividendos financeiros.
O que acontece, de facto, é que tais pessoas se constituíram em núcleo duro à volta de Dhlakama, beneficiando por isso de compensações financeiras quer dos assentos que detêm na Assembleia da República quer das “migalhas” que o líder os dispõe, sabido que este gere pessoalmente 1.5 milhão de dólares/ano alocado pelo Estado em função da sua representatividade no parlamento.
Ora, é sobre os tais dinheiros que discorre parte das querelas e lutas intestinas na RENAMO, com os protagonistas dos lugares à sombra da bananeira a fazer disso uma batalha para a su¥sistência e o líder a se aproveitar dos salamaleques que aqueles lhe proporcionam.
Entre os indivíduos e membros da RENAMO que caíram como resultado de intrigas no partido constam David Aloni, Dionísio Quelhas, Jeremias Pondeca, Manuel Fernandes Pereira, Tayob Rachid e Jafar Gulamo. “Nós conhecemos muito bem Dhlakama. É uma personalidade que se emociona facilmente, a ponto de se deixar levar por mesquinhices e fofoquices. O que é mau para a sobrevivência do partido para que demos a nossa juventude”, disseram.
Perguntámos aos nossos entrevistados se alguma vez a RENAMO teria constituído uma alternativa à FRELIMO, ao que eles responderam afirmativamente. “Até certo ponto Dhlakama é uma figura carismática, sobre a qual se acreditava poder reunir consensos do Norte ao Sul do País. Todavia, o seu erro foi ter confundido que todo o povo estava com ele, quando na verdade via nele a esperança capaz de arrancar o barco das mãos da FRELIMO.
“Foi-se iludindo ao extremo de deixar de trabalhar, tornando-se nesta figura rodeada de abutres. É o que ele faz diariamente em Maputo: sentar-se em casa ou no seu gabinete aguardando a chegada dos fofoqueiros que lhe vão batendo a porta, em audiências intermináveis”, frisou.
Para os nossos entrevistados, a FRELIMO só usou a sua astúcia, culminando com a tomada das bases da “perdiz”. Para bem ou mal, do ambiente de mal-estar que se vive nas hostes da “perdiz” se desenham novos ventos: os primeiros sopros de contestação vieram do Norte do País, concretamente de Nampula, após o que se seguiram os gritos da cidade de Chimoio, província de Manica, onde um grupo de membros do partido de Dhlakama fundou a Junta de Salvação da RENAMO.
Contudo, o porta-voz do partido, Fernando Mazanga, minimiza, afirmando que a Junta da Salvação da RENAMO reúne pessoas que abandonaram a “perdiz”.
Dhlakama ciente das intrigas
Na recentemente terminada 8a sessão do Conselho Nacional da RENAMO, Dhlakama reconheceu o espectro de intriga que mina a sua formação política, tendo apelado aos membros do seu partido para não a tolerarem, pois essas são passíveis de destruir o partido.
Mas logo após o apelo de Dhlakama, vozes de dentro da “perdiz” semearam o “boato” de que, na referida reunião do Conselho Nacional, o líder havia manifestado a disposição de abdicar livremente da liderança do partido.
Como se vê, do mesmo modo que cresce a onda de contestação contra a postura de Dhlakama, cresce paralelamente o movimento que luta no sentido de abdicação do cargo pelo ex-comandante da guerrilha. Há quem não veja com bons olhos o sentido de Dhlakama prescindir do cargo: o próprio líder e a legião de adeptos que formam com ele o núcleo duro. Mas a recente passagem de Dhlakama por Beira mostrou que a apatia dos seus apoiantes que não o receberam com pompa que lhe era característica é um prenúncio de que o barco afunda-se progressivamente.
E o próprio líder, na expectativa de conter os ânimos dos seus correligionários, aquando dessa aparição na Beira, jogou uma cartada, anunciando a abertura da Escola Superior André Matsangaíssa, o fundador da RENAMO. Entretanto, o Conselho Nacional definiu para o primeiro semestre de 2007 a realização, em Nampula, do 5o Concresso da RENAMO.
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