- "É uma ilegal", disse de imediato o agente da Direcção Nacional de Imigração e Fronteira de Angola no aeroporto regional do Soyo, município da província do Zaire, no norte de Angola.
A apontada é uma jovem da República Democrática do Congo (RDC), que parenta ter 20 anos. Vestida de preto e com uma bolsa, ela tentava infiltrar-se entre os passageiros com destino à Luanda, capital do país, sem bilhete de passagem.
Como ela, centenas de mulheres jovens convergem no Soyo, cidade situada na confluência do rio Zaire, oceano Atlântico e fronteiras entre Angola e a RDC.
Soyo distingue-se por ser produtora de petróleo, atingindo 15 mil barris por dia e por ter a única reserva onshore (na terra) de Angola.
Desde Agosto de 2005, Angola produz, diariamente, pouco mais de um milhão e trezentos mil barris de petróleo bruto, cujo preço unitário chega a atingir 75 dólares americanos. Em paz, após longos anos de guerra civil, o país nunca antes mergulhara em tanto dinheiro.
Com esta chuva de petrodólares, nesta cidade da província do Zaire há um boom de construções e comércio.
Dos 350 mil habitantes da província, mais de 106 mil vivem no município do Soyo e quase 80 mil na capital provincial, Mbanza Congo.
Clandestinos
O caudaloso rio Zaire não e um obstáculo. Diariamente, homens, mulheres e crianças de todas as idades e nacionalidades africanas, tentam alcançar o solo angolano através da fronteira fluvial.
Apinhados em canoas, os imigrantes ilegais aproveitam-se da insuficiência de guarda-fronteiras no patrulhamento da larga extensão do rio Zaire e suas ilhas.
"O polícia fronteiriço observa impotente o congolês a passar. É lastimável, mas não há meios para impedi-los", disse, o Director do Hospital Regional do Soyo, Paulo Manuel.
Entre os imigrantes ilegais há muitas jovens atraídas pelos petrodólares.
Mário Paulo Fonseca, finalista do Instituto Pré Universitário do Soyo, nota que o número de jovens profissionais de sexo cresce todos os dias.
"As prostitutas imigrantes acabam por influenciar as munícipes”, diz Fonseca ao PlusNews.
As prostitutas não vêm apenas do Congo, mas também da Guiné Equatorial, Congo Brazzaville, Ilhas Maurícias, e Brasil, conta, Presidente do Conselho Provincial da Juventude do Zaire, Sousa Quintas.
"Os trabalhadores das empresas que operam naquela região têm salários aliciantes e por isso pagam bem as prostitutas. E esta situação representa a disseminação de infecções de transmissão sexual, sobretudo do HIV/Sida”, disse Quintas.
Sem informação sobre HIV, estas jovens aceitam manter relações sexuais sem preservativo para receberem mais.
A província do Zaire tem a taxa de seroprevalência de 2.3 por cento. A média nacional é inferior a cinco por centos, segundo dados de 2004, do Ministério da Saúde. Mas, em 2001, a seroprevalência era de quase 33 por cento entre as trabalhadoras de sexo, em Luanda.
Segundo dados do Hospital Esperança, em Luanda, especializado no atendimento de pessoas HIV+, os pacientes que mais ocorrem são das zonas petrolíferas do norte do país.
Falta de pessoal
Recentemente foi inaugurado, no Soyo, o primeiro Centro de testagem e aconselhamento voluntário, o que não é suficiente.
O director do hospital diz que a falta de pessoal impede a montagem de mais centros nas regiões fronteiriças.
Para Manuel, seria muito mais fácil implementar o projecto nas fronteiras terrestres da província, no Cuimba, Nóqui e Mbanza Congo.
"Se o guarda - fronteira não consegue cumprir com a sua missão, imagina para um técnico de saúde? Não tem como actuar", diz.
Por enquanto, as canoas continuam a cruzar o rio Zaire e as jovens tentam a sorte no Soyo.
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